Tuesday, October 24, 2006

Galileu
(Ilton Ornelas Filho)

Como Galileu, enlouquecido,
com seus lunáticos instrumentos
desvendando um céu desconhecido
que sempre esteve ali, mas, escondido
Pude, enfim, encontrá-la, fascinado
naquele firmamento, inconfundível.
Mesmo sabendo de sua grandeza,
mesmo sempre certo de seu brilho
mesmo que isso fosse por instinto
fiquei deslumbrado, distraído
como embebedado de absinto
com meus olhos, lentes transladando
a órbita de um gás tão colorido,
Justo o que não era permitido
Fora agora então me oferecido
Sim!!!
Eu,
assim como Galileu,
visitei o céu no infinito.

Sunday, July 16, 2006


Por Onde Andaria Tícia
(Ilton Ornelas Filho)


As Poetizas e as Bruxas
As loucas e as alquimistas
Vão além da ciência quântica
do exercício da semântica
Talvez por serem artistas
ora livres, descomedidas
ou enclausuradas, reclusas,
Misteriosas, reticentes...
Vagando na escuridão!
Seguras, desorientadas,
vão andando assim caladas
por esse mundo a pensar
vão-se sem deixar notícia
cessam seu comunicar
como se desintegrassem
como se não existissem
como história fictícia
como um barco a navegar
perdido na imensidão.
Por onde andaria Tícia?
Seu encanto sorrateiro
As flores de sua calçada
Seus versos e suas rimas
Seu semblante noctívago
Seu perfil da solidão
Será que perdeu a razão?
Será que aprendeu a voar?
Será que ainda está dormindo?
Será que ela espera um beijo?
Pra se perder na ilusão
Fez da sua vida um soneto?
Uma música cifrada?
Pra se perder na delícia
Da palavra musicada
Por onde andaria Tícia?
Será que virou canção?

Monday, July 03, 2006


Noite Estranha
(Ilton Ornelas Filho)
.
O que passou passou
e o que restou foi nós
e um pouco de acidez
daquela noite estranha!
.
Sei lá...
Tá tudo zem porém!
Estava mesmo querendo encontrar minha paz.
.
Agora!
Eu vou viver a minha vida sempre assim!
Vou ser feliz
e com ou sem você perto de mim!!!

Thursday, June 29, 2006

Se eu fosse Pessoa
(Ilton Ornelas Filho)
O poeta é um fingidor
finge tão sordidamente
que finge soturna dor
a dor que deveras sente
E os que lêem o que ele escreve
as letras que ao vento vem
não percebem só o lúgubre
mas o belo que contém
E assim as chuvas da vida
lavam as ruas da razão
por entre caminhos tortos
purificam o coração!

Sunday, April 16, 2006

Elefante?
(Ilton Ornelas Filho)
Sorriso estampado na lata
na caixa vazia, vazia, vazia...
Tomando veneno de rato
no ato e alegria, e alegria, e alegria!
o povo e o governo do lado
fazendo cosquinhas na sua barriga.
Sorriso estampado na lata
e alegria, e alegria, e barriga vazia!!!
...
A vida é uma grande comédia,
é uma louca tragédia
é um samba de uma nota só.
Cuidado o perigo na esquina,
o perigo, o perigo, o mendigo,
ferido, fedido, o perigo, o perigo...
...
Um indivíduo incomoda muita gente,
a grande massa incomoda muito mais.
O presidente incomoda muita gente,
um elefante até nem importa mais.
...
Hei Mutli...
Faça alguma coisa por nós!

Poema de Davinci!
(Ilton Ornelas Filho)
Quiz fazer com palavras
o que faria Davinci
com seus pincéis e tintas.
Mas, só reles fonemas,
rabiscos tortuosos
e filosofias vis
brotam de meu tentar.
Acho que ele não quer...
acho que ri de mim!
zomba do meu intento.
Faço em outro momento,
pois vou ver minha menina
fonte de inspiração
de todos os rabiscos
que traço nos papéis
que surgem em minha vida!
minha menina, Leda,
Monalisa graciosa,
obra-prima formosa
que a natureza fez.
*Imagem: Isis (Madu Lopes)

Processo Cósmico
(Ilton Ornelas Filho)

Entenda...
Entenda esse processo...
Entenda esse processo cósmico...
Entenda esse processo cósmico mulher...
Entenda esse processo cósmico mulher da vida...